sexta-feira, 30 de abril de 2010

Poeta menino.





Não entendo esse mundo
Eu já quero partir,
E ir embora sem medo
À procura de mim.

Já suportei de mais o pranto,
Fingindo não ver ao redor:
Caminhando, Caminhando
Sempre a lugar nenhum.

Andei demais sozinho,
Sem encontrar meu coração,
Levando a leve lembrança
Do teu calor que nunca senti.

Partirei, partirei...
Porém cicatrizado,
Quando teus olhos castanhos
Negarem luz.

Partirei, partirei...
Num momento rápido:
Terminarei meu sonho...
Ainda sou menino!














a reprodução da pintura Fiery Pegasus ("Pégaso Flamejante", 1809), do poeta e pintor inglês William Blake


quarta-feira, 28 de abril de 2010

INFINITUDES






Rosebuds colhereis enquanto podeis


John William Waterhouse





No finito de nós, fazemo-nos de atitudes
O meu infinito requere-as intensas


Manuel Pintor





A poesia não é só cantar de dor...
Um mero lamento ou descontentamento.
Pode ser também um cantar de alegrias,
Infinitas sensações de estar apenas
Vivenciando a contemplação do passar do tempo.



Não perdemos mais os precisos dias
Com evocações de musas e deuses...
Só o fato de estar lúcido e consciente
Já valeu nossa estadia neste plano
Existencial, sem ainda da tal metafísica!




Saiamos, ainda há tempo...
De sentir a força deste nosso pulsar
Sem nossa finita compreensão do momento.
Neste peculiar encanto e elevar os pensamentos
Façamos de tudo uma canção de livramentos:



Olhai para a terra, para os bichos...
E Despertai já... Ainda há tempo!
Para o essencial belo momento que se esvai!
Levando consigo os encantamentos, com o poente:
As raras lembranças à fazer esquecer dos sofrimentos.