domingo, 29 de novembro de 2015

A falsidade entre os homens não terá mais serventia...






"O que Nascer em Mortal Condição
Com a terra se há-de-ver consumido..."
William Blake
( Poeta e Artista Plástico )
1793 D.C.







Quando içares as velas...
Em fuga célere do teu destino!
Não deixará as lembranças...
Marcarem o teu inóspito caminho.
E sentirás mais leve e livre
Dos tomentos de ser humano,
Em vasto fado de morrer sem saber,
O verdadeiro motivo de estar, docemente,
Marcada em teu gene: tamanha sina.
E dos teus infinitos desejos,
Ao longo desta trajetória impune,
Jamais serão em vão...
Se ficares atenta, ainda que medonha
Força estranha nos oprima:
Sentiremo-nos mais fortes
Quando a esperança ainda brotar,
E nos fazer acreditar que exista algum lugar
Sem a truculenta e funesta mentira!
Mesmo que o negro mortal manto nos possua
Em pecado original, ainda nos resigne:
O amor divino finalmente triunfará,
Libertando de todo mal que nos abriga:
A solidão não precisará mais guarida!
E a roda da fortuna será um livro aberto,
Sem esconder nada ao acaso e vinga:
Onde a pureza sublime reinará...
Inevitavelmente, em todos os dias.




gravura de William Blake (For the Sexes: the Gates of Paradise, 1793)








sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Os dias presentes






















Sigamos em frente e
Ensaiemos a cantiga de ninar
Que faça adormecer o tempo!
E da seiva que corre em nossas veias
Façamos um elixir que contenha
A aurora vindoura que brote a esperança
Nos corações dos que vêm inocentes!

Ainda há tempo
De colher o sal da terra
No passar das estações, temperada ao sabor dos ventos:
Colher os frutos que hoje são apenas sementes
E alimentar a alma com a boa-nova
Que brota simplesmente no contagiar
Do passar dos dias presentes!


Ainda há tempo...