sábado, 4 de agosto de 2018

Canto singelo dos tempos idos...
















Era um travesso andorinho,
Vivia como um passarinho:
De galho em galho, de flor em flor...
Sem saber: O destino tem a dor!

E todo o sonho desde mundo
Em ínfima fração de segundo,
Não ficando algum pouco se quer
D’um instante retido  florescer.

Canto o meu sonho incontido
Saudoso, deveras combalido,
Mas, resta-me o desejo de estar
Contigo num dia sem hesitar!

E direi coisas aos seus ouvidos
Que nunca ousei tê-los ditos,
E expor com tamanha sutileza:
- Meu canto que vem da natureza!







sexta-feira, 28 de julho de 2017

Os dias presentes...
















Sigamos em frente e
Ensaiemos a cantiga de ninar
Que faça adormecer o tempo!
E da seiva que corre em nossas veias
Façamos um elixir que contenha
A aurora vindoura e brote a esperança
Nos corações dos que vêm inocentes!


Ainda há tempo...
De colher o sal da terra
No passar das estações, temperada ao sabor dos ventos:
Colher os frutos que hoje são apenas sementes
E alimentar a alma com a boa-nova
Que brota simplesmente no contagiar
Do passar dos dias presentes!

Ainda há tempo...








Luis Antonio Rossetto é Registered & Protected Blog Entry


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sexta-feira, 21 de julho de 2017

Outras primaveras virão...








Ah! Quem dera...
Ser sempre primavera!
E no esperar continuo:
Trazendo em seu sopro: o pólen
Tecendo a madrigal aurora,
Matéria- prima intacta,
Ainda não fecundada
Pelas mãos do destino!
Encontro prometido
Da esperança ainda não vivida,
Na sempre mudança dos dias...
Ainda virão outras primaveras:
Onde há de florir em nossos campos,
A incansável estação da perseverança!








Pictures by: Claude Monet     PRIMAVERA





sexta-feira, 7 de julho de 2017

Há um compasso de espera no coração...

























Há um tempo de nascer, outro de morrer.
E no lacônico intervalo, o resistir!
Onde os corpos se encontram aflitos
Procurando o amor no entender dos fluidos.
Há um de crescer, outro de aprender....
Conhecer o amor em sua plenitude,
E fazê-lo, sempre, seu derradeiro abrigo!
Há um tempo de ganhar, outro de perder...
E de fazer, sem querer, da esperança:
Seu modo peculiar de espontânea vida!
Há um tempo de chegar, outro de partir,
Sendo que aquilo que vivemos com ardor,
No passar das breves estações, fica
Nas boas lembranças que se leva consigo!
Há um tempo de cultivar, outro de ceifar,
De valer todo o suor por ter arado a terra;
Semeando os sonhos e vendo-os refletidos
No sorriso descontraído e sem pressa do filho.
Há um tempo de florir, outro de renunciar,
Onde a seiva da vida ainda nos possui,
Sendo um néctar precioso que se esvai...
E, inefavelmente, um dia finda!


















Campo de centeio:

Imagem retirada da internet

domingo, 21 de maio de 2017

Onde pus a minha esperança...

"Perdi o bonde e a esperança...
Drummond 




Onde coloquei a esperança?
Tão farta, como uma herança.
Desabrochando como a rosa
Em algum jardim, toda viçosa.


Sem acreditar, pus-me a sonhar.
Esquecendo que seu desabrochar,
Não depende só da natureza:
Este despontar das sutilezas.

E esquecida...  Num qualquer canto:
Mostrou-se,  os meus desencantos.
Foi-se de vez, seu fugaz perfume,
Ficando o amargo queixume!

Perdoem os meus tolos erros...
Deixando-a nestes campos ermos
Minha doce rosa... Ao relento:
Mera vaidade e desatento.

Há de haver outras primaveras...
Despertando-nos p’ra outras eras,
Sem ficar revivendo o outrora:
Desejo incontido do agora!




















Femmes au jardim
Claude Monet1866-1867



terça-feira, 16 de maio de 2017

GALÁXIAS



















"Noite; essa sombra é de que corpo?
Das curvas do corpo do amorfo universo?
E a estupidez da matéria era impune."

Vicente Cecherelo







Noite, tão espessa noite...
Dos amantes, dos cinamomos!
Dos que não nasceram ainda...
E daqueles já contagiados pela lua
Na sofreguidão dos almejos impossíveis!
Noite, tão espessa noite...
Do natimorto d’onde a súplica da vida
Não penetrou em suas entranhas:
Dando o sopro claro do enigma!
Sendo meros ensaios, desejos...
Não acariciado com o preciso cinzel:
Feita então, somente pelo mero destino...
Esculpindo-se em disforme modo findos,
Em sua esquálida sombra imprecisa!
Noite, tão espessa noite...
Dos Ianomâmis que adoram o ocaso
E dançam possuídos, festejando as estrelas,
Venerando contente o desconhecido:
Oferendas postas inocentes ao futuro!
Noite, tão espessa noite...
Vejo-me inerte nos turbilhões que cintilam
E pulsam num compasso cósmico, único:
Longínquo e ao mesmo tempo não exíguo.
Neste incontido espectro, indefinido...
Impregnando-nos dilaceralmente:
D'um desejo infinito do existir!





Luis Antonio Rossetto é Registered & Protected Blog Entry

http://solitudepoesiabrasileirall.blogspot.com/2011/04/noite-essa-sombra-e-de-que-corpo-das.html
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A região NGC 3603 contém um dos mais impressionantes aglomerados de estrelas jovens na Via Láctea.