segunda-feira, 20 de junho de 2016

A Gota de orvalho que cai...






















As coisas tangíveis tornam-se insensíveis
À palma da mão. Mas as coisas findas,
Muito mais que lindas... Essas ficarão...
Drummond.





Hoje... Saí despretensiosamente:
Descarnado da luxúria,
Extasiando-me da abrupta luz
E liberto da vontade de possuir...
Limitado à cotidiana matéria
Espectro finito do existir!
Hoje saí sem me despedir,
Desnudo da humana carne envolta,
Sem se preocupar com a estrada
Que inevitavelmente deva seguir.
Sem os trajes terrenos presos a mim:
Este fugaz pileque homérico que é a vida,
Vou... Mas sem sentir pena!






Foto extraída do site:
http://1.bp.blogspot.com/_RKS7QRQ7aNE/TE4ItNmEvmI/AAAAAAAAAcM/Tgqk92OO_hk/s1600/gota-de-orvalho-mariana-borges-bizinotto-43182-1.jpg

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Quando encontrares as rubras flores silvestres...










Quantas vezes ousamos desfraldar o infinito
E gritar todo o sentimento ao mundo?
Sem o medo de perpetuar o verbo no transitivo,
Mesmo sabendo que a vida é incompleta
Precisando sempre da nostalgia!
Os dias passam em célere desmedida,
Em humana incompreensão do efêmero:
O inexorável momento não se dissipará
Ao nosso desencontro na vida!
Nele se multiplicarão, tendo posto o instante,
Mesmo assim no limbo da desilusão.
Perpetuarão como rubras flores silvestres,
Dissipando seu raro perfume
Num jardim que nunca terá fim!
Ficando apenas nossa saudade,
Sendo o bem mais precioso
Que cultivamos em vida
E que nos distingue!




Imagem retirada da internet: