segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Ventos Solares



Somos feitos assim:

Restos de estrelas cadentes!

Voluptuosas sombras a mercê do sol poente...
Entre mares glaciais, oceanos do nada,
Ainda o fogo do mistério arde em nós
(Resquícios de ventos: Ventos solares!).
Ainda que o destino ainda nos resigne,
Mesmo presos nesta distancia colossal,
Em que enclausura os átomos:
Restos de matéria que foge do caos indolente!
Seguiremos docemente os rastros deixados,
Era a pós-eras ao acaso impunemente
(Não será em vão nossa odisseia terrena).
Hão de perpetuar os sonhos em nossos genes
E de não ser mais eterno o inquieto sofrimento,
Disperso... Simplesmente:
Feito poeira cósmica através do tempo.


ventos solares:


domingo, 29 de novembro de 2015

A falsidade entre os homens não terá mais serventia...






"O que Nascer em Mortal Condição
Com a terra se há-de-ver consumido..."
William Blake
( Poeta e Artista Plástico )
1793 D.C.







Quando içares as velas...
Em fuga célere do teu destino!
Não deixará as lembranças...
Marcarem o teu inóspito caminho.
E sentirás mais leve e livre
Dos tomentos de ser humano,
Em vasto fado de morrer sem saber,
O verdadeiro motivo de estar, docemente,
Marcada em teu gene: tamanha sina.
E dos teus infinitos desejos,
Ao longo desta trajetória impune,
Jamais serão em vão...
Se ficares atenta, ainda que medonha
Força estranha nos oprima:
Sentiremo-nos mais fortes
Quando a esperança ainda brotar,
E nos fazer acreditar que exista algum lugar
Sem a truculenta e funesta mentira!
Mesmo que o negro mortal manto nos possua
Em pecado original, ainda nos resigne:
O amor divino finalmente triunfará,
Libertando de todo mal que nos abriga:
A solidão não precisará mais guarida!
E a roda da fortuna será um livro aberto,
Sem esconder nada ao acaso e vinga:
Onde a pureza sublime reinará...
Inevitavelmente, em todos os dias.




gravura de William Blake (For the Sexes: the Gates of Paradise, 1793)








sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Os dias presentes






















Sigamos em frente e
Ensaiemos a cantiga de ninar
Que faça adormecer o tempo!
E da seiva que corre em nossas veias
Façamos um elixir que contenha
A aurora vindoura que brote a esperança
Nos corações dos que vêm inocentes!

Ainda há tempo
De colher o sal da terra
No passar das estações, temperada ao sabor dos ventos:
Colher os frutos que hoje são apenas sementes
E alimentar a alma com a boa-nova
Que brota simplesmente no contagiar
Do passar dos dias presentes!


Ainda há tempo...

sábado, 1 de agosto de 2015

A Paz por agora, esquecida!




















Aos brasileirinhos tirados a força do nosso convívio:
"Não foram envão os vossos dias..."







A maldade humana não se enclausura
Em todos os 
manicómios, presídios, sepulturas:
Propaga-se como irradiação,
Escrevendo com sangue a história,
Num caminho sem sentido!
Para onde foram todos os discos voadores,
Todos os deuses, armas atómicas?
Oh! Donos do Apocalipse!
Passará o tempo e na ultima quimera:
Cairão todos os impérios, 

Esfacelando-se todos os mistérios!
Sem bandeiras, sem fronteiras
O mundo será uma só Pátria!
E finalmente... Ao percebermos,

Tão mansidão no firmamento
Cairemos em eterno deslumbramento:
Então a Paz,  tão almejada e verdadeira,
Ecoará por entre as estrelas...
E os átomos definitivamente,
Entrarão em harmonia cósmica!



 Marília, Setembro de 1978,






domingo, 28 de junho de 2015

ROUXINOL DOS CANTOS ESQUECIDOS!












..somente o coração de um Rouxinol
pode avermelhar o coração de rosa.
Oscar Wilde.





À

Liu Xiaobo

Prêmio Nobel da Paz






Entre os campos embevecidos,
E ao longe, dias não vividos:
Onde a paz entre os humanos
Não ecoa ao passar dos anos.


Nestes tempos incompreensíveis,
Nos vales dos sonhos impossíveis,
Entre falésias entorpecidas,
Esperanças desaparecidas.


Preenchendo este vasto vazio,
Como se fosse nosso martírio
De desejar aquilo ao longe,
Como sendo solitário monge.


Vem o mistério do infinito
Renascer no nosso espírito,
De emoções do indefinível,
Momento nosso indissolvível

http://nobelprize.org/nobel_prizes/peace/laureates/2010/xiaobo.html#



Luis Antonio Rossetto é Registered &

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domingo, 8 de março de 2015

NASCEMOS CASULOS, MORREMOS BORBOLETAS ...
















“Sombra convertida em lúmen.
Palavra-carvão que, do longo sono da terra,
Acorda de repente diamante.”


Fernando José Karl






Não estarei no comboio dos suicidas,
Dos desvalidos: os sem-esperança...
Minha causa se faz como uma busca
Incansável dos sonhos impossíveis.


Neles estão contidos todos os segredos
Eternamente escondidos, como desatinos.
E nem por isso me renderei ao acaso,
Não sendo refém do meu destino.

Estarei muito além do encontro súbito
Dos fenômenos incompreensíveis,
Que ocultam nossos pensamentos,
Deixando-os em lugares indefinidos.

Fomos, senão, apenas como lírios
ao relento... meros sobreviventes
Postos inesperadamente aos ventos,
Sem perceber, à mercê da sorte.

O que fica, realmente...
Apenas os polens a flutuar:
Viramos sementes, em busca
Do solo fértil novamente.