segunda-feira, 24 de outubro de 2011

ROSA DOS VENTOS

























Rosa dos Ventos




Nas orlas do nosso finito destino,
Fugazes prelúdios inacabados.
Visões dilacerantes e voluptuosas
No consternado dilema enraizadas.

Onde só ficou a flamejante
Chama do encouraçado despedaçado,
Só restando a nós juntar os cacos
De nossos corações amargurados!

Dentre longínquas ilhas inexploradas,
Sabendo que encontraria amores
Ainda não apreciados, ficarei, então...
Nestes desejos infinitos: Naufragado!














Pictures: Rosa dos Ventos

http://pt.wikipedia.org/wiki/Rosa_dos_ventos

























Pictures by

http://historia-naval.blogspot.com/2009/12/un-naufragio-con-estilo-el-navio.html




Luis Antonio Rossetto é Registered & Protected Blog Entry



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domingo, 23 de outubro de 2011

A eternidade







"Que a eternidade é estar o morto com os vivos
que não irá alcançar..."

Jorge Cooper
1911-1991








Antes da matéria o nada existia;
Nem o próprio tempo se tinha,
E os deuses pisavam no caos, distraídos!
Sendo ainda impune o que se prometia.
E se fez a luz e desde então,
O tempo corre em busca de si mesmo:
Como um caudaloso rio que se esvai...
Repentino ao vazio, sem ressentimento.
No incansável passar das horas, intacto vai:
Levando tudo consigo: o esquecimento.
Inefável mente dissoluto passa,
 Por entre os meros mortais
Que o contemplam displicentes.
Nada foge aos seus tentáculos:
(Onipresente, ávidos ao desconhecido)
Carregando todo o firmamento,
Em voraz cadência indolente...
Ao mistério absoluto do eterno!
Mas nada adiantaria, enfim...
 Se alguém não o experimentasse,
Em seu gosto fugaz,
Apenas.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Meu primeiro beijo...













Aconteceu...
Aconteceu em um dia,
Em um dia que te amei!

Foi espontâneo...
Espontâneo como um rio que corre
(Esqueça um pouco a gravidade).
Espontâneo com uma flor que se abre,
Aos primeiros dias de primavera.

Foi descoberta...
Descoberta que a vida é bela
(Pelo menos foi neste instante).
Descoberta em que na sua feitura
Ainda há um ser vivente!

Foi como...
Estar em mim e em ti,
Ao mesmo tempo.




Marília, Setembro de 1978











imagem retirada de internet:

Ainda nos resta a esperança...












Ao meu amigo de infinitas aventuras:
Gabaldi,










“Aquele que reprime os ímpetos da cólera estará
coberto de qualquer perigo. É conveniente saber sufocar,
ou ao menos moderar a cólera, o temor, a tristeza,
a alegria, e outras agitações profundas que podem alterar a retidão da alma.”
-- Confúcio







Saquearemos ainda, por capricho do destino,
Muitas rosas que haverão de surgir...

E continuaremos nossas peripécias
Como se a vida estivesse no início.


E pelo caminho as distribuiremos...
Aos amores que estarão por vir:
Neles nos refugiaremos desta retidão
E que nos fazem simplesmente ir por ir.


Tornando nossa sina menos árdua,
Reinventaremos então a esperança...
Onde não mais existia o carinho:
Daqueles que ainda não conhecem o sorrir




Hão de existir outros amores
D’onde iremos sempre perseguir...
E encontrar novas maneiras: Bem mais
Perenes do que simplesmente co-existir!



Tela June Summer c.1890/00

Isaac Ilyich Levitan

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Pelegrino































Há um tempo perdido

Em cada esquina...
Vale, montanha, precipício.
Onde o vazio da existência
Materializa-se em um perdido sorriso,
De uma criança solta, perambulante
Afoita por um aconchego inexistido:
De qualquer estranho, viajante,  
Cismado tentando romper o silêncio
Com ocultas palavras nunca ditas!
Fizemos de nós somente isso:
Uma sombra de um cão sem dono, vadio
À mercê da sorte, inerte ao destino.
Alguém que espera calado
Na beira do nada, do infinito...
Por algo assim: aquém ao desatino.