sábado, 11 de fevereiro de 2012

SOLITUDE II
















Na verdade...
Todos nós estamos sós!
Todas as estrelas distraídas...
Todos os apaixonados cantando sob a lua,
E na criação, Deus também estava só.
E não há mais dor ou sentimento,
Sendo que exprima tão tormento
E solidão em estar num momento...
Tão crucial e truculento.
De ver um amor partir e no poente,
Fazer juras de amores no firmamento
E ter todos os sonhos num instante
Se esvaindo de repente e indolente.
E depois não possuir mais o encanto
Numa sensação estranha, simplesmente...
Mesmo tendo o amor ainda presente!
Sendo o desfrutar:
Um privilégio para poucos.












Solitude não é solidão:


http://www.recantodasletras.com.br/resenhas/1032771









A nebulosa Carina é formada por poeira e gás que se fundem para formar novas estrelas (ESO / Divulgação)


As lentes de um dos telescópios do Observatório Europeu do Sul (ESO) captaram imagens da nebulosa Carina, um berçário de estrelas supermassivas a 7.500 anos-luz da Terra, com o maior nível de detalhe já alcançado.
imagem retirada da internet
http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/divulgada-foto-espetacular-de-nebulosa-carina

Ainda escrevo...











Meus versos feitos são...
Como lavrar o campo, esperar colher
As romãs que nunca irão florescer
 E mesmo assim sentir seu aroma...
Esperando a primavera derradeira
Aonde, que teimosamente nunca virá,
Mas, ainda sonhando com sua chegada.
Então, sem querer nos contaminam
De frágeis e inesperados sentimentos
Assim, fulminante no âmago do ser:
De sei lá o que, vem sei lá de onde...
Ao que nos humanos chamamos
Inexplicavelmente de esperança.
A poesia não é como a filosofia
Que só mostra apenas o caminho a seguir.
Mais do que isso, enfeita-o com flores,
Enchendo com lucidez descomunal
Nossos humanos olhos distraídos,
Pois tudo que ainda vive é sagrado!




Imagem do Uirapuru verdadeiro;





sábado, 4 de fevereiro de 2012

Que se vinguem os dias...










Vêm... Sereníssima manhã...
Preencher este vasto vazio.
Dar saliva na boca...
Num eterno desejo!
Onde se principia
O que tens de mais belo,
Em teu hálito de caramelo
Em todas as manhãs...
Até que a vida,
Em pleno êxtase,
Seja- me pródiga
Em meus apelos!
Antes que se finda
O que o destino,
Preparou
Sem querer...
Em fim.


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Há certos momentos





São umas poucas estações,
Onde deixamos todo o sentimento,
Marcado em um espaço de tempo:
Eterno em cada gesto espontâneo
E que fica para o resto da vida!

São exatos momentos,
Tão docemente impregnados na gente,
E fazem esquecer daqueles dias
Que estivemos ausentes:
Pelas intempéries da vida.

E que ficamos marcados para sempre
Em estado latente, mas existente...
Como afetos mútuos explícitos:
Sendo singelas lembranças felizes
Que nos fazem prosseguir!







* Cândido Portinari

Meninos Brincando
óleo sobre madeira, 1958, 36.5 x 28.5 cm. 

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Para onde foram todas as manhãs...








Para onde foram todas as manhãs...
Sedentas de luz, fugindo do ocaso.
Onde se encontravam os continentes,
Em que Deus se fazia onipresente!
Onde a morte, a dor, o rancor, a despedida:
Não se fazia presente aos humanos.

Tudo é hipocrisia se não existir o amor!
A guerra, a fome, a cobiça, o temor:
E a eterna busca do afeto não retribuído!
Somos todos reféns desta dimensão
E calados prosseguimos entorpecidos,
Pelo medo, que corroí a nos mesmos!
E nos faz ir cada vez mais longe
Do ato fecundo do simples conviver!

O tempo se esvai com o passar 
Das estações, imorredouramente! *
Que a vida seja leve:
Aos que tem na poesia,
Sua dor exposta em cada palavra
Escrita e nunca lida... 
Nas tardes cotidianas que ousam
e insistem nunca amanhecer!







*  Carlos Drummond de Andrade



imagem amanhecer em Florianópolis