domingo, 8 de março de 2015

NASCEMOS CASULOS, MORREMOS BORBOLETAS ...
















“Sombra convertida em lúmen.
Palavra-carvão que, do longo sono da terra,
Acorda de repente diamante.”


Fernando José Karl






Não estarei no comboio dos suicidas,
Dos desvalidos: os sem-esperança...
Minha causa se faz como uma busca
Incansável dos sonhos impossíveis.


Neles estão contidos todos os segredos
Eternamente escondidos, como desatinos.
E nem por isso me renderei ao acaso,
Não sendo refém do meu destino.

Estarei muito além do encontro súbito
Dos fenômenos incompreensíveis,
Que ocultam nossos pensamentos,
Deixando-os em lugares indefinidos.

Fomos, senão, apenas como lírios
ao relento... meros sobreviventes
Postos inesperadamente aos ventos,
Sem perceber, à mercê da sorte.

O que fica, realmente...
Apenas os polens a flutuar:
Viramos sementes, em busca
Do solo fértil novamente.