Era um travesso andorinho,
Vivia como um passarinho:
De galho em galho, de flor em flor...
Sem saber: O destino tem a dor!
E todo o sonho desde mundo
Em ínfima fração de segundo,
Não ficando algum pouco se quer
D’um instante retido florescer.
Canto o meu sonho incontido
Saudoso, deveras combalido,
Mas, resta-me o desejo de estar
Contigo num dia sem hesitar!
E direi coisas aos seus ouvidos
Que nunca ousei tê-los ditos,
E expor com tamanha sutileza:
- Meu canto que vem da natureza!
- Meu canto que vem da natureza!