domingo, 21 de maio de 2017

Onde pus a minha esperança...

"Perdi o bonde e a esperança...
Drummond 




Onde coloquei a esperança?
Tão farta, como uma herança.
Desabrochando como a rosa
Em algum jardim, toda viçosa.


Sem acreditar, pus-me a sonhar.
Esquecendo que seu desabrochar,
Não depende só da natureza:
Este despontar das sutilezas.

E esquecida...  Num qualquer canto:
Mostrou-se,  os meus desencantos.
Foi-se de vez, seu fugaz perfume,
Ficando o amargo queixume!

Perdoem os meus tolos erros...
Deixando-a nestes campos ermos
Minha doce rosa... Ao relento:
Mera vaidade e desatento.

Há de haver outras primaveras...
Despertando-nos p’ra outras eras,
Sem ficar revivendo o outrora:
Desejo incontido do agora!




















Femmes au jardim
Claude Monet1866-1867



5 comentários:

  1. « Há-de haver outras primaveras »
    Sim, Luis António. As primaveras são lindas, como o seu Poema e a Tela de C.M.
    LINDO, o seu Poema !
    Boa semana. Bjinho

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    1. São gentis suas palavras e que me tocam profundamente,
      dando um significado especial ao meu prosseguir... Estou sempre atento ao que você escreve! obrigado bjs!

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    2. Luis António! Começo a ficar sem palavras no meu vocabulário ,para expressar o que sinto com a leitura dos seus poemas! É um doce alimento que inebria a alma!
      Abraço!
      Ana Maria Rodrigues

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  2. Luis Antonio....Começo a ficar sem palavras no meu vocabulário, para expressar o quanto me satisfaz a leitura dos seus poemas! É um doce alimento que inebria a minha alma....
    Um abraço!
    Ana Maria Rodrigues

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    1. ANITA: ~SÃO APENAS SENTIMENTOS REPRESADOS POR ALGUM TEMPO E QUE ENTÃO VÊM ATONA, COMO UM REFÚGIO DAS NOSSAS ASPIRAÇÕES HUMANAS! GRATO POR SUA GENTIL CONSIDERAÇÃO! BJS!

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