quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O Destino



A vida corre inexoravelmente ao vazio
Como um caudaloso e inexplorável rio.
Dispersando-se, saindo fora de si...
( No caos do inóspito tempo, enigmático. )
Misterioso em suas curvas, em sua inútil correnteza.

Indecifrável, sendo talvez uma nebulosa solitária.
Esquecida por Deus, a revelia, pairando no cosmos
Inutilmente: a terra navega e carrega os sonhos
Dos homens, onde se propaga seu gene marcado:
Como metástase e proliferando o sofrer.

De impurezas, em seu pecado original
E tem em sua maior sina, de ser sozinho...
Isolado, viajando a esmo, num tormento
Infinito de ser e não possuir o seu leme,
E um desejo incontido de não morrer!


Neste mistério profundo, só lhe resta
A certeza, sendo como se fosse única saída
De enormes plenitudes de redenção,
De fugir do seu inevitável destino:
De nunca aprender o hábito de conviver.




Nenhum comentário:

Postar um comentário