quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O desapego das horas...
























Acontece um clarão em meus dias
Quando tu apareces em meus sonhos.
Arrebata-me de lucidez minha constelação
De estrelas habitadas pela sofreguidão,
Num passo a passo de encontro
Com meus próprios devaneios!
Vem galopante o entusiasmo por mais uma vida
Transpassada de existir intensamente:
O meu desassossego se desfaz ao teu aconchego!
E não tenho mais o abominável medo,
De ficar neste mundo ao relento.
Nesta tempestade cósmica indulgente,
Se tornando cada vez mais envolvente
As coisas superficiais que nos constrangem,
Indubitavelmente!
No passar distraído ao desapego das horas... 
E do vasto mistério deste súbito desatento
Não ficarei mais como outrora displicente:
Pois tudo ao meu arredor ficarei atento,
Da imensidão que nos cerca e que ainda nos fascina.
Purificado ao súbito encontro com o inconsciente
E faz prosseguir com desprendimento.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Estandarte da alegria.











Estandarte da alegria.



Festejemos a vida!
Pois é fugaz e única.
Saudemos os amores vividos:
Traz alegrias e lembranças
De outrora esquecidas!
No big ben ainda não existido:
Deus era apenas um menino
E suas estrelas  não eram ainda
Esparramadas aos cantos do infinito!
E não tínhamos ainda o medo
Estampado, como  um estandarte
Amaldiçoado em pleno cosmo,
Em um firmamento esquecido
Pelos os deuses displicentes!
Desfilemo-nos então, todo a nossa
Alegria que nos resta, em vão,
Por um breve momento!




Imagem:

O segundo casal de porta-bandeira e mestre-sala .jpg

sábado, 6 de agosto de 2011

Quando os lírios dos campos...























Quando os lírios dos campos...
Não mais preencherem de cores e de alegrias,
Os seus preciosos dias, contagiados de pleno Sol:
Contaminando, sem querer, de fulgor o seu por vir!
Então o barulho estridente dos teus apelos
E do doce cantar da cotovia,
Não mais acariciarão teus ouvidos displicentes!
Sentiras que estás só!  Longe do martírio de ser finito
Todos os anseios que foram algum dia: desejos ínfimos...
Mas com alguma esperança ainda latente de tê-los,
Mesmos por um breve momento.
Perdido no tempo ou em algum lugar esquecido de repente:
Sendo então, o que nos resta somente às lembranças,
Por um breve lapso do presente...
Estaremos contentes, sem o percebemos
Na saudade fúlgida e intacta, ao passar do tempo,
Indubitavelmente inerte ao voraz esquecimento!