domingo, 27 de novembro de 2011

Prelúdio inacabado do amor!









Anuncio o prelúdio inacabado do amor!
Não se ateremos mais aos encantos da primavera,
E a saudade não terá mais guarida
Nos corações humanos entediados do viver!
Sim! Vamos dar os trunfos à solidão
E esquecer o que nos faz sentir além
De matéria inanimada e esquecida,
Num jarro de cinzas jogadas ao nada?
Não viemos até aqui para isso e sofrer;
Sejamos mais fortes e ouviremos os acordes,
Tão desejados dos lugares ainda não idos:
E ver brotar ainda a esperança,
Fecundada nos dias que estão por vir,
Anunciando os primeiros dias da nova era.











segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Ao salpicar o céu da boca com o inesperado gosto da fruta!



Hão de perpetuar nossas canções ao passar dos dias...
Penetrando nos rincões os suaves acordes de nostalgias,

No cair do orvalho, como crisântemos, feito lágrima límpida.
Não serão em vão os sonhos que por ora parecem mera ilusão
De quem espera demais a verdade incrustada num carvão-pedra...
Lapidando-se ao passar dos tempos, esquecido num pedaço de chão,
E, quem sabe, inevitavelmente, sonhando ser diamante algum dia.
Posto o destino, como fugaz desencontro, a lavrar os campos,
Com o nosso suor que jamais seca com o romper da alvorada,
Tornando nossa espera menos rude ao arar a terra bruta!
Onde só terá lugar para a contemplação das coisas boas,
Nestes promissores dias, a canção nova será deveras,
Algo assim, diferente de ser eternamente triste:
Com mais purezas, ricas e infalíveis melodias,
Como a fluidez de torrentes águas cristalinas!
Pois tudo se torna sagrado e, com isso,
Quem dera, vem... Contagia-nos...
E simplesmente fica!






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Luis Antonio Rossetto é Registered & Protected Blog Entry


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domingo, 20 de novembro de 2011

Relicário









Aleijadinho
Busto Relicário de Santo Atanásio, 1760-1774
madeira policromada e dourada





Faz tanto tempo...
Que eu não sorria
Ou perceber os raios do sol,
Em pleno esplendor do dia!
E fazer renascer em mim,
O que outrora morria.
De ver de novo a esperança
Brotar, sem medo, em cada dia!
E de não haver mais a tristeza,
Entranhada num rosário da vida...
Como num relicário póstumo!
Feito um distraído Santo,
Perdido em qualquer canto:
Com um pecado mortal,
Tendo o seu eterno amor
Guardado, canônico em nostalgia!


Imagem do Relicário:
http://www.revistamuseu.com.br/emfoco/emfoco.asp?id=10657








quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Hallelujah






























Nasceu uma rosa em meu coração!
D'onde advém toda força contida  na estação...
Como peregrinos  sós,  nos bastaremos:
Vivendo sempre com emoção,
E nela contagiados estaremos a seguir.
Fugindo sempre do destino que nos impele:
Em maus  e tolos pressentimentos.
Nada nos atravessarão - em sua casta maldade!
Livres  do negro mortal   manto, nos salvaremos
Em combates postos coroados no firmamento.
Em virtude coberta pela razão, prosseguiremos...
Ungidos sem o medo e em total desprendimento...
Daqueles em que retos caminham na verdade
Em plena Hallelujah!  Nos  saudaremos e cantaremos!
Com infinitas esperanças, estaremos em comunhão
Eterna... Onde nada dominará nossos pensamentos,
E o bem abrigará-se-a definitivamente
Em  nossos perenes e serenos   corações:
Hallelujah! Hallelujah! Hallelujah!  Hallelujah!








sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Tantos...














Tantos...
Já se perderam no caminho...
Sucumbindo-se o pouco que havia,
Ficaram sem a esperança que tinham.
E outros enlouqueceram, por tanta
Ânsia, em ter o que jamais possuiriam!
E achando-se melhor que os outros,
Numa sórdida sensação fúlgida!

Tantos...
Cantaram a glória em ser,
Algo feroz longe daquilo do que
Inicialmente pretendiam!
E se não bastasse, tanta arrogância,
Pouco a pouco  foram deixando 
Distraídos os sonhos pelo caminho ,
E não deu tempo de perceberem:
- Que o mais importante se esvaia!
Como um grito abafado no peito,
Calado por tanta hipocrisia...

E se desfazia todo o encanto,
De serem felizes apenas,
Simplesmente com que tinham e
Pelo que foram algum momento,
Nesta atroz fugacidade da vida.
E nunca foram mais alegres,
Quantos naqueles preciosos dias!


Tantos...











quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A Taberna







A palavra que seduz.
Enche o vazio
 Com sentimento
E induz...
Ao um belo momento:
Ficando marcado
Num papel amassado,
Jogado
Em qualquer
Canto
De botequim!

Como um poema,
Nunca lido,
Com palavras
Esparsas.
Numa escrita precária,
Em quem só entende,
Quando o copo:
Outrora cheio
Agora está já vazio...

E o poeta
Esconde-se,
Do mundo
Em seu inútil refúgio,
Mas, no fundo
D'alma,
Sonhando
Em ser descoberto
Algum dia:
Nestes teus versos
Singelos,
Que jamais
Serão
 Lidos!






Imagem de Fernando Pessoa retirada da internet

domingo, 6 de novembro de 2011

Meu precioso ofício!






Passo e fico, como o Universo.
Alberto Caeiro (heterônimo de Fernando Pessoa)







Piso distraído...
Em estrelas cadentes!
Onde principia
O início 
De tudo,
E a origem do fim.
Sou, quem nunca fui... 
Ou deveria ter sido:
- Um borra-botas,
Um mascate,
Um desvalido.
Aquele que foi
Derradeiramente
Esquecido.

Mas por ironia
Do destino,
Alguém me deu
Esse precioso ofício.
De germinar
Com as palavras,
Sentimentos por hora,
Simplesmente incontidos!
Ainda, que não
Foram aflorados
Por mera vaidade,
Inconsciência,
Ou por mera
Falta de tino!


Vou, 
Mas minhas
 Palavras 
   Ficam...
Ao
Vento!
 No 
Silêncio
Do
E
t
e
r
n
 o
 !






imagem retirada da internet:







Solitude:


O que quer dizer Solitude???


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Há um pressentimento...







Há um pressentimento de alegria
Nestes dias gentis a estarem por vir...
E não terá nada que irá nos amedrontar ou
Algo capaz de sucumbir nosso destino,
De sermos felizes nesta terra:
Odisséia encantada do mistério!
E estaremos leves, livres e invencíveis,
Se abdicarmos da ganância e da falsa bonança
E deixarmos desabrochar em nós mesmos,
Os sonhos que por ventura desta vida,
Ainda habita nosso coração vacilante
Da incansável criança adormecida!
Há um pressentimento...












Pintando o futuro



Imagem Retirada da Internet:
http://rota401.blogspot.com/2010/06/pintando-o-futuro.html

Sou como o orvalho que cai...

















Sou como o orvalho que cai
Todas as manhãs, desatento...
Onde principia o elo do destino
E se fundem os caminhos,
Das horas já escritas
Por alguém que um dia hei de conhecer!
Consomem-se o raro e finito perfume
Sendo no final a que venho alcançar
Sua fugaz plenitude em que sentia distraído
Sem eu se quer perceber...
Fico imenso como um dia em pleno sol
Que esvai no cair da tarde
Trazendo a esperança de torná-lo vê-lo,
Todas as manhãs que desfazem o orvalho
E nos fazem renascer!